Pelos Sertões do Urucuia

A presente viagem foi realizada na segunda quinzena de janeiro último (2025), durando apenas quatro dias. Foram participantes dela este blogueiro que vos fala e meu grande amigo Cristiano Barbosa, misto de geógrafo, agitador cultural e cineasta-documentarista, residente em Uberlândia. A ideia era de realizar, ou começar a fazê-lo, um pequeno documentário sobre a região do rio Urucuia, a qual, como se sabe é também um ‘personagem’ de Grande Sertão: Veredas. Seu possível roteiro buscaria por imagens e possíveis referências de Guimarães Rosa, particularmente os chamados jagunços Catrumanos, gente pobre e valente, proveniente do vale de tal rio, os quais, por hipótese, acabaram desarmados, desempoderados e expulsos pelo ‘progresso’ material, particularmente pela entrada em cena do agronegócio na região. Acabamos mudando o foco após o encontro de um extraordinário personagem, que como se verá a seguir, nos revelou novas e interessantes facetas daqueles sertões. Não abandonamos o tema original relativo aos tais Catrumanos, ele apenas ficou para uma próxima etapa.  Narro agora nosso périplo pelos Sertões do Urucuia, através de pequenas inserções textuais, para não cansar os leitores. Vamos lá?

Em visão panorâmica, deixamos Brasília pela saída Norte, via BR 020, passamos Formosa e em um distrito deste município, Bezerra, deixamos o conforto do asfalto para entrar de fato no sertão procurado. É bom dizer, entretanto, que aqui o sertão não virou propriamente um mar, mas um oceano de soja. É este o nosso instrumento no concerto das nações – fazer o quê? Assim por estrada de terra, entre soja e café, transpusemos um braço do Urucuia ainda em terras goianas, abordamos uma de suas nascentes por ali e seguimos rumo a Cabeceiras, também GO, lugar que faz inteiro jus ao nome, já que se situa numa clivagem no Planalto de onde fluem águas para dois grandes rios, ambos afluentes do São Francisco: o Urucuia propriamente dito e o Paracatu (pelo menos é o que indica o meu bom senso de geógrafo amador, sujeito a correções, todavia). Dali, novamente pelo asfalto, fomos até Buritis, em MG, cidade que merecerá novos comentários, a seguir. De Buritis, sempre em Minas, passamos por Uruana, Riachinho, Urucuia (cidade), Chapada Gaúcha (em MG também, acreditem!) e Arinos, já voltando a Brasília.

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Vocês sabem o que é uma Dolina? Não se preocupem, até outro dia eu não sabia também. Cristiano, que é geógrafo, é claro que já tinha tal conhecimento – e não é de hoje. Recorro à Wikipedia para que vocês, meus leitores, não fiquem a pé: é uma depressão no solo característica de solos calcáreos, formada pela dissolução química das rochas abaixo da superfície, com formato geralmente circular podendo ou não ser ocupadas por água, sedimentos, solo ou vegetação. Esta Dolina aqui, no município de Formosa, quase às margens de um Urucuia ainda recém-nascido, é uma das muitas nascentes dele. Fica dentro de uma capoeira de mato (rodeada de soja e pastagem por todos os lados…) e tem sua água totalmente transparente, profunda, de tonalidade azulada e povoada por milhares de lambaris. Um espetáculo inesquecível, um bom começo para nossa jornada.

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Ninguém como ele, o João Guimarães Rosa, para falar de tal personagem. Vamos a ele:  O Urucuia vem dos montões oestes. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá – fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as vazantes; culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. O gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães… O sertão está em toda a parte.

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Nesses tais montões oestes nasceu, além do rio Urucuia, uma cidade: Buritis. Tudo ali começou tarde, até os anos 50, por lá nem se chegava de automóvel. Porém, com a construção de Brasília, tudo mudou, a princípio timidamente, mas depois, com a expansão da fronteira agrícola, com uma explosão sem tamanho. Rodeada de soja por todos os lados, é uma cidade ordenada, clara, limpa, plana e, sobretudo, muito rica. Agências de veículos e tratores, postos de gasolina, comércio de todo os tipos, drogarias clínicas de médicos e dentistas, lojas e cursos de informática, escolas de inglês. Há de tudo por ali e tudo parece estar em franco progresso. Outra do mesmo tipo e com história parecida, só que mais recente é a Chapada Gaúcha. Falamos dela depois.

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Cabe lembrar que em Buritis uma graciosa capela, de idade indefinida e estilo vagamente barroco, bem conservada apesar de tudo, faz lembrar que de fato ali é Minas Gerais. É esta cuja foto ilustra este post.

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O nome Buritis vem, com certeza, desta palmeira, Mauritia vinifera, sem dúvida a mais linda de todas em tal categoria, também personagem do Grande Sertão de Rosa. Mostram-se geralmente dispostas pela natureza sob a forma de veredas, ou seja, verdadeiros caminhos traçados pelos cursos d’água, aos quais são afins. Deveriam estar por toda parte aqui neste pedaço de Sertão, mas mal se veem nos dias de hoje. Mas para não dizer que já não existem alguns deles, dois destes buritis, é verdade que um tanto tímidos, foram plantados pela Prefeitura Municipal, na praça onde se situa seu prédio sede. Mas não há muitos mais, pelos arredores da cidade, pelo menos. Se servir de consolo, Belo Horizonte também há muito tempo não justifica o seu nome…

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Disse JGR: O gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Nada mais acertado. O sertão, parte dos tais Gerais, aliás bem distantes e diferentes das Minas, é quase do tamanho do mundo, pois há sertão em toda parte: no Brasil, na África, na Austrália, no Canadá. Na Europa talvez não tenha mais, a civilização, assim chamada, ocupou tudo. Não é à toa que o Rosa também disse, com razão: o sertão está em toda a parte. É bonito o sertão? Depende. Tem que saber olhar, ou olhar do jeito certo. A região de Buritis é bom exemplo. A cidade fica em um verdadeiro anfiteatro, amplo, sem tamanho. Nesta época do ano (janeiro) está tudo verde, verdíssimo, mesmo nas áreas não cobertas pela soja. A vegetação do cerrado, formada por pequis, jatobás e muitas outras espécies é ainda pujante, principalmente na beira das estradas. Mas o que chama mais a atenção da gente são as montanhas, ou melhor, as grandes chapadas que se debruçam sobre o platô imenso onde está a cidade de Buritis. Elas são como grandes mesas, talhadas a pique, de tonalidade verde escura, sem outro recorte que não seja suas largas reentrâncias, que faz delas algo como uma grande mão espalmada sobre uma superfície horizontal. E de entremeio a elas, o Urucuia, que por ali ainda é modesto, realmente nem parece ser o responsável por tal titânica e milenar modelagem.

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Buritis e Chapada Gaúcha fazem parte da chamada fronteira agrícola do país. Sua formação econômica tem muita coisa em comum, por fazerem parte daquele desenvolvimentismo agrícola, de fundo altamente tecnocrático, tecnológico e concentrador, que recebeu especial estímulo durante os governos militares. Enfim, nada – ou muito pouco – de agricultura familiar. Não tenho dados, mas acredito que tenha sido também um processo tardio, em relação a outras áreas contempladas com tal projeto de desenvolvimento, já que nesses dois lugares, as dificuldades de acesso sempre foram muito intensas. Mas como alguém disse, governar é abrir estradas e, sem dúvida, é assim que o progresso chega. O curioso nisso tudo é que ali se criou um mundo que poderia ser chamado de roça sem roça, ou seja, um empreendimento agrícola típico, mas que não passou pelas fases tradicionais, digamos, da subsistência, da enxada, da família de agricultores para depois chegar ao trator, à empresa agrícola, aos fortes empréstimos bancários, à alta tecnologia. Eu diria que foi dado um salto sobre essa primitiva etapa, já começando este novo mundo sob a égide do segundo grupo de características relacionadas acima.

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Essas duas cidades, quando comparadas às cidades que foram menos bafejadas pela dinâmica do agronegócio, como Arinos e Urucuia, mostram um forte contraste com elas. Nestas aí, o mundo ainda é, por assim dizer, da roça, ou caipira ainda; nas outras é globalizado, tecnológico e até certo ponto cosmopolita. Culturalmente, todavia, em um ou outro de tais paradeiros, certamente o que as pessoas apreciam, de fato, é a música sertaneja, além de receberem as influências de uma possível cultura machista e conservadora, o que acaba por torná-los confluentes, pelo menos neste aspecto. Mas devo dizer que não vimos muitas daquelas famigeradas bandeiras do Brasil hasteadas por ali. Talvez tenham sido abundantes até há pouco tempo, mas foram sendo corroídas pelo intemperismo. Ou, quem sabe, estão guardadas em alguma gaveta à espera de nova oportunidade de serem desfraldadas. É a hipótese mais provável…

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É possível perceber por aqui um fato geo-econômico notável. O agro mais pujante, aquele das grandes plantações de soja, sementes e café, e das próprias cidades mais estruturadas, como Buritis e Chapada Gaúcha, está instalado nos grandes chapadões, em terras mais altas, possivelmente mais fracas, mas ao mesmo tempo mais mecanizáveis. Nos baixios, ou seja, na planície que acompanha o leito do Urucuia quase não há grandes lavouras mecanizadas e nem mesmo grande intervenção de máquinas, apresentando ainda cidades mais acanhadas e prosaicas, como Urucuia e Arinos, opostas, neste sentido, a Buritis e Chapada Gaúcha. Riachinho não obedece fielmente a tal ‘regra’ pois tem um perfil mais urbano-organizado, embora se situe na planície do rio.

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Continuando a reflexão acima: as partes baixas do sertão urucuiano, pelo menos, parecem estar menos sujeitas à devastação provocada pelo agro. São vastas extensões de cerrado onde a presença humana é menos notada. Viajei em outro momento pelo trecho Urucuia- Pintópolis, até junto ao rio São Francisco e por ali a gente anda quilômetros a fio sem ver sequer uma casa, uma venda, pastos, currais algo assim. Em toda parte um cerrado grosso e em muitos pontos impenetrável. Aqui e ali uma mancha de mata seca, que é uma formação vegetal típica dessas paragens. Próximo a Arinos uma exceção relativa: uma grande usina de placas solares (UFV), com seus equipamentos complementares de torres, fios, transformadores etc. Mais um ingrediente a transformar a vida sertaneja. Aqueles elétrons capturados na radiação solar são enviados além fronteiras do sertão. As redes de altas torres que estão por toda parte se encarregam de fazê-los circular para que entreguem sua energia em lugares remotos no país. É o progresso, neste caso, sem poluição.

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Uruana, codinome Princesinha do Sertão (!?), como tantas outras cidades brasileiras é pequena, acanhada, tosca, sem qualquer marca notável e sem personalidade. Suas ‘rivais’ Arinos e Urucuia certamente possuem características até certo ponto semelhantes, embora sejam um pouco maiores. Não têm nada de princesas, sendo apenas legítimas representantes, bem plebeias, aliás, da vasta maioria das cidades brasileiras. Uruana deve ter se emancipado de Arinos, que também não é grande coisa, por alguma manobra matreira dos eternos políticos nacionais. São lugares onde não acontece nada de importante, da mesma forma que a vida sem grandes perspectivas das pessoas que ali habitam. Vejo em tais cidades algo que Monteiro Lobato, com a sua Itaoca, e Machado de Assis, com a correspondente Itaguaí, de O Alienista, tornaram emblemático em suas narrativas. Drummond também fala algo assim da Itabira de seu tempo, lugar em que alguma vontade de amar, paralisante na verdade, vem de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.

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Mas o mais curioso ainda estava por vir: Sagarana. Fica próxima a Uruana, mas pertence a Arinos. Algum desavisado poderia pensar que foi ali que Guimarães Rosa achou o nome de seu famoso livro de contos, mas é exatamente o contrário. Alguém que leu o Mestre, talvez em algum livro em que faltavam páginas, entendeu que aquele lugar tinha alguma coisa a ver com o título de tal livro. Mas isso é falso: Sagarana, o livro, na verdade, traz histórias que se passam na região central de Minas, em torno da cidade natal do escritor, Cordisburgo ou mesmo na região de Itaguara, onde ele viveu por algum tempo. Tudo bem, tudo é sertão e alguém pode dar a algum lugar o nome que quiser. O problema é o ambiente fake e de gosto duvidoso que impera na tal Sagarana, onde dominam a paisagem estátuas grotescas de santos, feitas de concreto armado; uma falsa ruina colonial; versos trôpegos e de pé quebrado pregados na tal ruína; uma igreja monstruosamente desproporcional ao lugar, além de uma inusitada cúpula geodésica diante da qual, alguém mais lúcido certamente indagaria: o que isso está fazendo aqui? Sem resposta, diga-se de passagem. Mas nem tudo foi perdido em nossa passagem por lá, no caso, termos conhecido e entrevistado longamente a distinta figura de Agemiro Graciano de Jesus, que ocupará mais adiante boas linhas deste relato. Sem falar do excelente café, com bolo de fubá e requeijão que sua diligente esposa Petronilha nos ofereceu. Portanto, valeu a pena ter ido lá.

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O Brasil não é para principiantes. A todo momento esta frase de Tom Jobim me vem à mente, aqui no Urucuia inclusive. Alguém que vive longe daqui, nos grandes centros ou no litoral, por exemplo, talvez se surpreenda em saber que aqui no Sertão existem escolas de inglês e de informática, clínicas de imagens médicas altamente tecnológicas, lojas de grife, como em um shopping de capital, usinas fotovoltaicas de alta tecnologia. Essas pessoa são principiantes em matéria de Brasil, têm muito a aprender. Certamente não percebem que o mundo já não é mais o mesmo, o Brasil é outro e o sertão não é mais sertão. A informatização e os drones estão em toda parte, o gado é tocado por motos, todo mundo tem celular e com estes, acesso ao universo inteiro. Para o bem ou para o mal, é outro mundo. Mas pode ter suas vantagens também, pois nele as pessoas pelo menos podem saber do que existe atrás daqueles chapadões.

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Serra das Araras. Guimarães Rosa fala dela em certo trecho do Grande Sertão: Eu nem não acreditei. Eu sabia que estávamos entortando era para a Serra das Araras ― revinhar aquelas corujeiras nos bravios de ali além, aonde tudo quanto era bandido em folga se escondia ― lá se podia azo de combinar mais outros variáveis companheiros. Depois, de arte: que o Liso do Sussuarão não concedia passagem a gente viva, era o raso pior havente, era um escampo dos infernos. Se é, se? Ah, existe, meu! Eh… Que nem o Vão-do-Buraco? Eu tinha passado por ali mais de 20 anos atrás e, apesar de mudanças serem comuns na paisagem urbana brasileira, nunca tinha visto algo como vi desta vez. Na época, o vilarejo, na verdade um distrito da Chapada Gaúcha, não passava de um vasto quadrilátero gramado, onde pastavam vacas e mulas, cercado por uma fieira de casinhas simples e coloridas. Uma visão bucólica e inspiradora, sem dúvida. Mas agora, em 2025, tudo mudara. No centro do campo antes vazio, a não ser pela ocupação dos quadrúpedes, ergue-se agora uma portentosa igreja, transbordante de concreto e mau gosto. Como se não bastasse, de frente para ela uma construção igualmente absurda, um misto de palanque e palco, imensa, exorbitando concreto armado, sem qualquer identificação a respeito de sua serventia. Imaginamos que seria para festas religiosas ou ainda, quem sabe e mais provavelmente, para a realização de discursos ocasionais por parte de suas excelências. E tem mais: a vila agora não é formada apenas pelo gracioso quadrilátero, havendo também ruas diversas saindo de seus quatro cantos. A franja da serra, formada em arenito rosa, onde um dia se escondiam as araras e as corujas, já não é mais vista dali, ocultada pelos diversos sobrados recém construídos e alguma arborização em seus quintais. Cabe dizer que parte apreciável das construções abrigam bares, nos quais, afinal era um domingo, gente de folga se esbaldava em cerveja e música sertaneja. A chegada ao inferno não seria pior do que aquilo. Mas fazer o quê: estamos no Brasil…

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Uma breve menção ao Vão-do-Buraco, citado no texto acima, onde de fato nos deparamos com as tais corujeiras nos bravios de ali além, bom lugar para se esconder tudo quanto era bandido em folga. Mas era agora tratado como um quilombo, como se a simples presença majoritária de gente preta possa ser de fato confirmação de tal origem histórica. Valeu a pena desviar uns tantos km da estrada principal entre Chapada e Serra para, literalmente, mergulhar naquele recanto agreste e curioso, com seus contornos formados pelas escarpas de arenito rosa e vistas que alcançam muitos quilômetros ao redor. O nome “buraco” nos deixou em dúvida se se tratava das tais corujeiras (ou seriam arareiras?) ou da própria situação topográfica do lugar.

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Chegamos finalmente ao Agemiro, um verdadeiro personagem, quase rosiano, apesar de viver naquele sítio fake que é a tal da Sagarana. Nós o encontramos na rua do povoado, montado em sua bicicleta de modelo antigo. Aliás, foi ele que nos encontrou e foi logo puxando conversa. Sujeito alto, bem falante, porte sertanejo dos mais imponentes, com olhos de águia e nariz mediterrâneo, uma bela figura de homem, apesar do desgaste provocado pelo sol e trabalhos duros no campo. Logo propusemos uma entrevista, que ele aceitou sem titubear, como se fosse – e de fato seria – parte de seu cotidiano. Como não encontrássemos local confortável na rua, mesmo à sombra das árvores, não titubeou em nos convidar à sua casa, onde fomos recebidos com tranquila fidalguia sertaneja pela patroa Petronilha. Durante mais de uma hora nos brindou com histórias singulares, muito bem entoadas por um mestre da comunicação, com gestos e pausas precisos, sem deixar de serem totalmente espontâneos. Ele nos falou da história do lugar, de sua própria história nos chapadões vizinhos; de suas lidas profissionais; das viagens que fez com o pai, guieiro de carro de boi, na infância; da natureza no vale do Urucuia; das histórias de jagunços e famílias da região; das transformações derivadas da chegada dos gaúchos e outros forasteiros; das mudanças perpetradas pela construção de Brasília. Não foi preciso fazer muitas perguntas, ele nos guiou, encantados, pelo seu mundo, com uma prosa coerente e concatenada, repleta de lances bem humorados. Tudo isso regado a café feito na hora, um bolo de fubá cremoso, queijo e requeijão feitos na própria fazendinha dele. Que mais poderíamos querer? Deixamos o projeto original do documentário para ser desenvolvido mais adiante, talvez através de uma trilogia e elegemos como título provisório desta parte algo como Urucuia: um personagem, para assim contemplarmos o Rio e sua natureza, e de quebra tão extraordinária pessoa.

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Os possíveis próximos capítulos estão em aberto, mas de certo há muito o que documentar por ali, por exemplo, a saga dos Catrumanos forçados a emigrar para as grandes cidades além Urucuia; as características diversas das cidades dali; o rio e seus ciclos; a “invasão” sulista; a “roça que deixou de ser roça” etc.

Obrigado e até uma próxima oportunidade!

 *F*I*M*

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