Pandemonia (5): Escolhas forçosas…
Este coronavírus (prefiro chamá-lo assim, por um nome que todo mundo conhece), veio para virar o mundo de pernas para o ar. Quem tinha as pernas fora do devido lugar ou, pelo menos, o cérebro em tal condição, como o Presidente da República, parece não ter entendido as coisas direito. Mas não é o meu caso, nem dos distintos leitores deste blog, certamente. Na Itália, o mundo já está virado. Na Suécia e na Coreia do Sul, nem tanto. A esta altura dos acontecimentos, apesar da imprevisibilidade da pandemia, o Brasil ao que tudo indica vai, malgrado nosso, se achegar ao modo italiano e não ao escandinavo ou oriental. E entre tantos prejuízos, seja de vidas, de empregos, de credibilidades, de atividades econômicas, há um que talvez seja o mais dramático: o das escolhas forçosas que as equipes de saúde terão que fazer para decidir quais pacientes receberão as terapias necessárias, como é o caso dos ventiladores mecânicos, entre outras, e quais não terão tal direito, simplesmente porque não haverá equipamentos suficientes para todos. A situação italiana prima pela tragédia, mas pelo menos suscitou a elaboração de recomendações éticas para admissão a tratamentos intensivos, ou sua negativa, nas condições excepcionais de desequilíbrio entre necessidades e recursos disponíveis como se vê agora, conforme documento emitido pela Società Italiana di Anestesia Analgesia Rianimazione e Terapia Intensiva (Siaarti). Dramáticas escolhas de Sophia, sem dúvida, que ofereço agora aos meus leitores em tradução amadorística, mas sem dúvida, melhor do que nada. Nada indica que aqui em nossa cidade as coisas sigam de maneira diferente disso… Continuar lendo “Pandemonia (5): Escolhas forçosas…”