Histórias nasais

Um dia desses, confesso, por me faltar alguma coisa mais significativa, ou útil, para fazer, passeando pela internet, como acontece em ocasiões assim, me dei com um vídeo antigo, em preto e branco e cheio de chuvisco (do tempo que isso se chamava vídeo-tape, com hífen e tudo) no qual Juca Chaves cantava um antigo sucesso dele, nos anos 60. Chamava-se, tal peça, autorreferente, Meu Nariz ou Meu Nasal (ou algo assim) e eu mais uma vez – e tantos anos depois – achei graça na verve deste antigo menestrel, que anda sumido ou, quem sabe, já morreu. Aliás, fico às vezes espantado com a quantidade de gente da minha geração que anda morrendo por aí. Faz parte, pelo menos ainda tenho mortes a lamentar. Pode ser que algum dia, nem isso me servirá de consolo. Mas para quem não conhece, vejam só a graça que o Juca tem (ou tinha…): nasal, ah meu nasal / como falam mal deste nasal, que é tão normal / diz o mundo imundo e essa gente infeliz / que o meu nariz, é maior que a miséria do país / maior que o busto da Lolô / maior ainda, que o sorriso do Nonô…

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