Menina na janela

Manhã de chuva, mas poderia ser também de sol forte e pleno. Lá estava ela. Na janela. O pai na roça, a mãe lavando roupa, os irmãos mais velhos na escola. Só ela em casa, triste, triste. Também, será por que dona Teresinha, a professora dos pequenos, tinha que adoecer justo agora? Nem a companhia de Malhada, a gata, era capaz de lhe trazer consolo, até porque a danada dera para namorar e mais ficava a andar por aí do que vir brincar com ela. E tudo demorava a passar, demais. A mãe queria ela quieta em casa. De outra vez tinha saído para dar uma volta e quase foi atropelada pela motoca do Zé Caxeiro. Para não dizer que não tinha nada para fazer, a mãe mandou vigiar a água na chaleira, para desligar, quando fervesse – vê se pode uma coisa assim. Ela era capaz de muito mais!

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