O enterro da cigarra
Naquela noite, entre as crianças presentes na casa dos avós ninguém parecia conseguir dormir direito. Afinal havia chegado do interior, onde a família tinha raízes, trazida por um portador, uma caixa preta, de madeira envernizada, nem muito grande nem muito pequena, de misterioso conteúdo. Parecia uma daquelas caixetas de goiabada que o avô periodicamente recebia de seus parentes da terra. Mas era muito grande para tanto. Era pequena, todavia, para conter, por exemplo, um móvel ou uma ferramenta, além de leve demais para conter queijos, frutas ou mesmo livros.
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