Quaresmeira ou Tibouchina candolleana, para os íntimos. Da família Melastomataceae. Quem não conhece? A da mata é outra. Estamos falando daquela que enfeita o cerrado, logo que terminam as chuvas em março, coincidindo com o período da quaresma, mas ultrapassando esta em termos de duração da florada. Daí seu nome. Ela é nativa do cerrado, de porte apenas médio (4 a 7 metros), como de hábito nestas paragens. Ocorre amplamente na Bahia, no DF, em Goiás, em Minas Gerais, em ecossistemas não só de cerrado, mas também de mata seca, mata ciliar e mesmo em áreas periodicamente inundáveis. Sua copa é arredondada, o tronco ramificado, folhas com textura áspera, com características nervuras paralelas, em número de três. O fruto nada mais é do que uma pequena cápsula, com minúsculas e numerosas sementes. É considerada uma espécie pioneira, sem deixar de ser também ornamental. Estamos falando da quaresmeira do cerrado,que deve ser diferenciada da quaresmeira da mata atlântica, de cor roxa ou rosa, Tibouchina granulosa, esta, pelo seu porte, muito utilizada na arborização urbana. A quaresmeira, pelo menos nesta última variedade, tem período de vida estimado entre 60 e 70 anos. Dizem os alfarrábios: <A quaresmeira é uma árvore pioneira, rústica e simples de cultivar, vegetando mesmo em solos pobres. Originária da mata atlântica, esta espécie aprecia o clima tropical e subtropical, tolerando bem o frio moderado. Multiplica-se por sementes, com baixa taxa de germinação, e por estaquia de ramos semi-lenhosos. Sua madeira apesar de ser de qualidade inferior é indicada para a construção de vigas, caibros, obra internas, postes, esteios e moirões para lugares secos>. Mais quem haveria de cortar uma belezura dessas para fazer caibros ou esteios?
Estas árvores foram fotografadas por mim no dia 1º de maio de 2016, no Condomínio Verde, DF, onde resido. Mas o crédito de tanta beleza é totalmente delas!