E agora, Michel
O impixe rolou
Você assumiu
O povo, cadê?
Os seus lhe assediam
E você nem aí
E agora Michel?
E agora, você?
Você que tem nome
E pose de doutor
Com tanta soberba
Você que faz versos
Que curte a Marcela
E agora, Michel?
Está sem apoio
Renan te iludiu
Padilha e Geddel
Só fazem embromar
Jucá ficha suja
Que fique onde está
Que venha a Fiesp
Mas o pato não traga
Que a festa ele estraga.
Está sem discurso
Tem muito a temer
Com a bela Marcela
Nem pode deitar.
Você se pergunta
Até quando vai dar?
Obama despreza
Sua caradura.
E com o tal de Trump
Não vai melhorar
Está sem poder
Arrisca afogar
Voltar, nem pensar
À frente o abismo
Está sem amanhã
Seu bonde não veio
E na Paulicéia
Ninguém lhe quer ver.
Cadê a utopia
Que você prometia?
Quer ir para casa
Ela está cercada
A rua ocupada
A vaia ensurdece
Toda a vizinhança
Que não lhe quer mais.
Em tudo a mudança
As coisas fugindo
Sobrou só a emenda
Dois, quatro e um
Noves fora é zero.
Seu apoio é nenhum
E a sua coerência
As muitas promessas
Seus pífios poemas
Seu Baby Beef
No Rubayat.
Seus livros – e agora?
E agora, Michel?
Pra onde avançar?
PARTE II
E agora, Seu Zé?
Trabalho já tem?
Também bom salário?
Seus filhos na escola?
Seu carro não pago
Sua vida, sua casa
Que é dívida agora
E agora Seu Zé?
Quer ganhar melhor
Não há mais empregos
Quer ter mais saúde
Remédio está caro
Quer ir para o SUS
Só tem Unimed
Se você gritasse
Se você dormisse
E não mais acordasse
Se você falasse
Mas você não fala
Por que está mudo, Seu Zé?
Sozinho na rua
Qual gente sem teto
Um bicho, um rato
Está na parede
Para o ladrão lhe achacar.
Seu sonho sumiu
Você quer morrer
Melhor ficar vivo
Por que a Amil
Vai querer lhe cobrar
Pela internação.
Caixão vão negar
Negócio a prestação
Seu Zé, nem pensar!
Você quer cair fora
Sem saber para onde
Quem sabe a cavalo
Ou mesmo uma mula
Que lhe leve a galope
Para onde Seu Zé?
Seu Zé, para onde?