Para nós que pertencemos ao campo da saúde coletiva ou a seus arredores, o termo “comunidade” é quase sagrado. Nada pode ser feito sem que ela esteja devidamente contemplada e valorizada. Perto dele, pessoas, famílias, grupos de indivíduos importam menos, principalmente quando está em jogo o desenvolvimento de propostas para a melhoria geral da saúde. Mas será que esta palavra tem o mesmo significado para todo mundo? Historicamente isso tem significado sempre a mesma coisa? Ou por outro lado, é necessário adicionar a ela alguns conceitos esclarecedores sobre seu verdadeiro significado? Ao falar de “comunidade, de forma muito genérica, não estaríamos esvaziando a palavra de sua importância conceitual e histórica? Comento aqui um artigo de Rogério da Costa, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, intitulado “Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva”, que ajuda pensar sobre estes dilemas.
O autor inicia falando de uma transmutação do conceito de “comunidade” em “redes sociais”, mudança que se origina da verdadeira explosão das comunidades virtuais, que seriam não apenas uma nova maneira de se “fazer sociedade”, mas também fazem pensar em estruturas dinâmicas de redes de comunicação, trazendo conceitos (alguns deles radicalmente novos) que devem ser conhecidos e esclarecidos, tais como, capital social, confiança e simpatia, redes (de computadores e comunitárias); inteligência coletiva. No meu entendimento, puxando o foco para a área da saúde, tal discussão tem cabimento e fornece algumas respostas, além de lançar perguntas novas, com implicações relevantes, particularmente na atenção primária.
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