A Polícia Federal retomou a histórica sede do MinC no Rio de Janeiro, após dois meses de ocupação por manifestantes que no princípio eram contra a extinção do Ministério da Cultura, mas que permaneceram lá mesmo depois que o Governo Temer voltou atrás. O que vou dizer aqui não seria, nem de longe, a opinião dos militantes que lá estiveram, bem como a de muitos outros que os apoiaram. Mas já passei da idade de só repetir o que aceitam o senso comum ou a onda do politicamente correto… Assim, enumero aqui algumas perguntas que se recusam a ficar caladas.
- Por que demorou tanto a acontecer?
- Quem autorizou este Ministro a dizer que jamais faria reintegração de posse? (Mesmo tendo sido desmentido posteriormente)
- Quem pagará pelos prejuízos de manter uma repartição pública fechada durante dois meses, no mínimo pelo fato de funcionários terem recebido seus salários sem poder trabalhar?
- Idem, se ocorreram depredações?
- Se a gestão da cultura pelo governo é assim tão importante, como consta do repertório discursivo dos invasores, como explicar que uma paralisia de dois meses, ainda mais em uma cidade como o Rio, não possa ter trazido prejuízos irrecuperáveis para o setor?
- O exemplo da presente retomada não valeria também para outras ocupações de espaço público, como ruas, estradas, praças e outras repartições? Em outras palavras, é possível a polícia agir sem repetir Eldorado dos Carajás? (pelo visto, sim…)
- Essas pessoas que ficaram no prédio durante dois meses inteiros não tinham compromissos, por exemplo, de trabalho ou estudo?
- Quando a Justiça vai punir pessoas que praticam atos dessa natureza?
- Invasão de prédio público deve ser considerada ato político ou de mero vandalismo?
- A sociedade brasileira, caso fosse ouvida especificamente, não aprovaria a intervenção policial em situações como esta?
Concluindo, também quero gritar FORA (alguma coisa). Só que prefiro não fulanizar… Temer, Dilma, Cunha, pouca diferença faz. O “fora”, para mim, se aplica ao sistema político como um todo, a essas eleições a peso de grana, ao voto obrigatório, às reeleições, às mordomias dos políticos, aos partidos de aluguel, à impunidade institucionalizada dos eleitos etc.
Antes que me acusem de reacionário, coxinha, ou algo assim…
Para maiores informações (da Folha, tudo bem. Quem quiser saber a “verdade” que consulte a “imprensa não-golpista”): http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/07/1795104-policia-invade-palacio-capanema-e-encerra-ocupacao-contra-temer.shtml
Concordo em gênero, número e grau. Estou cansado dessa gente que se acha auto explicativa e que por isso entende que não têm de esclarecer nada, do Estado que tem medo de cumprir a lei, cansado de gente que insiste em viver pendurado em alguma sinecura estatal sem se preocupar com aqueles que pagam a conta, enfim… do Brasil.