Morreu Jeanne Moureau. Esta fez parte e vai fazer para sempre de minha memória cinematográfica, visual, amorosa… Dizer que eu a admirei é pouco. Não que tenha visto muitos filmes dela. Só Jules et Jim me bastaria. Em Joanna a Francesa, brasileiríssimo, dirigido por Cacá Diegues, com música de Chico Buarque, ela mais uma vez brilha, espantosamente bela, mesmo já quarentona. Aliás, por que será que em seus necrológios divulgados nas redes sociais ninguém falou deste filme? Já sei, deve ser porque quase não temos mais imprensa no Brasil, tudo vem de fora, já pret-a-porter… Para mim, a lembrança de Jeanne me traz imediatamente Norma Bengell, parecida fisicamente com ela e também pertencente àquela categoria das mulheres-e-tanto. Sorte de Jeanne que não teve que se submeter, na velhice, aos papéis xoxos e vulgares que La Bengell foi constrangida a aceitar no Brasil – na Rede Globo, por exemplo. Para lembrar a uns, de minha geração, que um dia fomos jovens e a outros, mais novos, que um dia também ficarão velhos, posto abaixo a inesquecível cena dela cantando Tourbillon no filme de Truffaut, em companhia dos eternos Jules e Jim…
