Em 1995 escrevi um texto poético sobre os 100 anos que teria completado meu avô Altivo Drummond de Andrade, falecido em 1961. Tal poema está publicado aqui no meu blog com o nome “Mesa dos cem anos”. Hoje, 25 de outubro é o aniversário de sua companheira de toda a vida, minha avó Maria Auxiliadora, Dodora, para os filhos, netos e demais parentes. Ela nasceu em 1902. o mesmo ano de Carlos Drummond de Andrade, irmão de Altivo, a quem sempre foi muito ligada. Vai aqui minha homenagem a ela, na verdade, um trecho do texto citado antes.
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Agora és dois, bem se vê,
que reduplica o afago,
carinhos, palavras doces.
Quem é que assim, de repente
aqui nesta mesa consegue
estar em todas as partes?
Vai e volta pressurosa,
leva bolo aos pequeninos,
atende a todas as fomes,
é vista aqui e acolá,
mais do que o corpo permite.
Então fitas, carinhoso,
o melhor de tua vida,
a companheira de décadas,
ninguém melhor do que ela,
para compartir tal momento.
Já é tarde e finda a festa,
teus pares já te convocam,
na outra morada de sonho.
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