Pelos Sertões do Urucuia
A presente viagem foi realizada na segunda quinzena de janeiro último (2025), durando apenas quatro dias. Foram participantes dela este blogueiro que vos fala e meu grande amigo Cristiano Barbosa, misto de geógrafo, agitador cultural e cineasta-documentarista, residente em Uberlândia. A ideia era de realizar, ou começar a fazê-lo, um pequeno documentário sobre a região do rio Urucuia, a qual, como se sabe é também um ‘personagem’ de Grande Sertão: Veredas. Seu possível roteiro buscaria por imagens e possíveis referências de Guimarães Rosa, particularmente os chamados jagunços Catrumanos, gente pobre e valente, proveniente do vale de tal rio, os quais, por hipótese, acabaram desarmados, desempoderados e expulsos pelo ‘progresso’ material, particularmente pela entrada em cena do agronegócio na região. Acabamos mudando o foco após o encontro de um extraordinário personagem, que como se verá a seguir, nos revelou novas e interessantes facetas daqueles sertões. Não abandonamos o tema original relativo aos tais Catrumanos, ele apenas ficou para uma próxima etapa. Narro agora nosso périplo pelos Sertões do Urucuia, através de pequenas inserções textuais, para não cansar os leitores. Vamos lá?
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No século XIX foram marcantes as viagens de europeus pelo Brasil, estimulados pelo exotismo de nossa terra e pelas facilidades então abertas pela abertura do país às chamadas “nações amigas”. Na época, Saint-Hillaire, Langsdorff, Burton, Von Martius e muitos outros narraram aos seus compatriotas ávidos de informações suas observações sobre aquele mundo ignoto, em tons que variavam do maravilhado ao perplexo.