Esta foto com nariz de palhaço não é para ridicularizar Arthur Chioro. Pelo contrário, suas qualidades de técnico, de gestor, além de ser ótima pessoa, são amplamente reconhecidas, inclusive por mim. Somos todos Chioro, como ontem fomos todos Charlie… Mas se a chacina em Paris serviu para despertar a ira e a consciência francesa a respeito do grande problema atual da Humanidade que é o fanatismo islâmico, aqui não se ceifou apenas um ministro, mas todo um rol de esperanças e apostas nos destinos do SUS. Outra chacina, esta com cores nacionais! O que já era sombrio e fumacento agora beira o desespero, esta é a verdade.

Que país seria este? Decerto não é o que sonhamos para nossos filhos…

O Ministério da Saúde adverte: Chioro não foi demitido por telefone! E daí? Poderia ter sido por fax, email, zap, telegrama, telex, carta, motoboy. Isso realmente não vem ao caso. O que importa é o que o quase ex-ministro já havia declarado uma semana antes de ser defenestrado: “fui rifado”…

Mas que se registre para a história das dezenas de ministros que passaram pelo bloco G da Esplanada: este caiu de pé!

Tempos terríveis, sem dúvida… Uma nova vaca profana, sagrada, um bezerro de ouro foi erigido em Vestal da Pátria. E o novo nome da Besta é: Governabilidade. Em seu altar se incineram ideologias, biografias, reputações, sonhos, esperanças…

Como disse Janio de Freitas, Dilma deveria  honrar sua biografia de mulher corajosa, que enfrentou com desdém os algozes da ditadura e agir diferente. O caminho da humilhação é curto, se é que já não foi trilhado. Cunha, Renan, Temer et caterva parecem ser ainda piores do que os milicos e delegados do DOI-CODI?

O pior, meus amigos, é tudo indicar que o fundo do poço ainda está remoto. E a luz no final do túnel ser apenas a da locomotiva do PMDB, apitando e anunciando, triunfalmente, o novo reino de malandragem e fisiologismo que nos espera.