Esta foi uma viagem a dois, para dois e entre dois. As origens de sua realização se situam antes, muito antes de ela ter ocorrido de fato. Mas por que Portugal? Por um lado, pela ascendência portuguesa de Keta. Por outro, pelo meu amor ao país onde também tenho raízes, embora mais remotas. Mais um lado foi trazido pela generosidade de Keta, minha mulher, em pensar que eu poderia guiar uma viagem que ela ainda não havia realizado, apesar de conhecer Portugal de outras passagens pelo país. Uma viagem, acima de tudo, amorosa, na qual paisagens, lugares e nossas duas pessoas estiveram entrelaçados todo o tempo, em clima intenso de conexão entre a construção humana, a paisagem, a amorosidade e o sagrado. E assim decorreram as semanas iniciais em Braga, depois os dias em Marselha e Paris, para arrematar com mais um tempo, de novo em Braga e depois Lisboa. Pequenos contratempos, como o furto de um celular e de cartões de crédito não tiraram o brilho da viagem nem a nossa alegria de estarmos juntos. Pelo contrário, fizemos valer com brilho o adágio, aquele, que fala do suporte mútuo na alegria e na tristeza, levados então por nós até as derradeiras consequências. Foram quase 60 dias juntos, 24 horas por dia, sorvendo cada hora e cada minuto, conhecendo coisas e lugares novos e diferentes praticamente a cada dia, mas principalmente nos (re) conhecendo, em um estado de permanente gratidão ao destino por nos ter proporcionado, depois de 12 anos afastados, um reencontro tão luminoso. Esta viagem foi um marco para nós. Assim foi, assim será. Cabe lembrar Saramago: O fim duma viagem é apenas o começo doutra […] É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já. Nossa história juntos mostra também tais desígnios e por isso fazemos disso palavras também nossas. E, principalmente, que tenhamos muita disposição e muita saúde para as outras viagens que nossa vida, juntos, haverá de proporcionar…
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