Anos 50
Em texto que postei aqui recentemente, em homenagem a Mário Magalhães da Silveira, fiz uma espécie de apologia aos anos 50, dizendo o seguinte: << Movimentados anos 50. No Brasil, pelo menos, as coisas nunca mais foram as mesmas. Perdemos uma Copa do Mundo, ganhamos outra. Tivemos que lidar com o golpismo explícito ou implícito de militares e civis mancomunados. Entramos na guerra fria como se fosse coisa nossa. Nossos compatriotas migraram em massa das roças para as cidades. Jorge Amado e Guimarães Rosa projetaram a literatura brasileira para o mundo. Construímos Brasília. Apesar de alguns pesares, foi lícito pensar que chegara a nossa vez de tocar algum instrumento no concerto das nações. Não foi pouca coisa, realmente.>> Pois é, eu estive presente nesses “anos 50” e posso contar. É provável que alguma coisa tenha acontecido nem no local, nem no tempo ou com as pessoas a que me refiro. Não importa. Vamos combinar: falo do que me lembro e como me lembro, tendo como ponto forte as coisas boas ocorridas. Permitam-me organizá-las e contá-las do meu jeito. Convido vocês para um giro na BH daquela época.
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Mil novecentos e sessenta e quatro: fatídico ano. No dia exato dos acontecimentos eu trabalhava em uma escola de datilografia (já fui professor desta arte, acreditem), que fez parte de uma das variadas tentativas de meu pai “abrir um negócio”. Eu escutava pelo rádio de uma sala ao lado os relatos da movimentação de tropas, com evidentes avanços dos mineiros do General Mourão sobre o Rio de Janeiro. Mas não me dava por vencido,
“Casuística” é palavra muito apreciada pelos médicos. Quando querem demonstrar sabedoria e, principalmente, exibir uma trajetória profissional marcada pela experiência, inflam o peito e logo proferem uma frase manjada: pois na minha casuística…