Eu e o Conasems: 30 anos depois

Em 1987, fui escolhido, em Congresso de Secretários Municipais de Saúde realizado em Londrina, como vice coordenador (mas titular na prática) da comissão que organizou a entidade nacional de tal categoria, o Conasems, criado oficialmente um ano depois, no congresso de Olinda. Fui também o primeiro vice presidente da entidade, mas mais uma vez, na prática, fiz as vezes de presidente, pois o sujeito que foi eleito no evento,  já se candidatara sabendo que não ficaria muito tempo no cargo de secretário, candidato que era a vereador em Recife. Mas tudo bem, isso não está contado nas crônicas oficiais da história do Conasems… Recupero aqui um pouco da história que eu vivi.
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SUS: haja ousadia para mudar!

Todos os que defendem o SUS, como é o meu caso, concordamos que mesmo com todos os seus acertos ele ainda precisa ser melhorado em muitos aspectos. Mas isso é apenas uma meia verdade, pois para um tanto de gente, a simples menção de se cancelar ou reescrever alguns dos dispositivos que regem o sistema causa temor e repulsa, quando nada acusações de heresia e traição aos ideais do SUS. Mas não são poucos os exemplos de dispositivos legais que simplesmente “não pegaram” (como se dizia antigamente da vacina antivariólica) ou simplesmente são inaplicáveis ou não passíveis de regulamentação. Continuar lendo “SUS: haja ousadia para mudar!”

Participação social em saúde na América Latina – um estudo de quatro países

Em abril de 2014, acompanhei, mediante contrato com a Organização Panamericana de Saúde/OMS, na qualidade de relator e debatedor, um seminário que reuniu experiências de quatro países latino-americanos (Brasil, Bolívia. México e El Salvador), tendo como foco a participação social nos sistemas e serviços de saúde (algo que no Brasil, só no Brasil, é chamado de “controle social”). Aguardei ate agora (abril de 2018) a publicação formal do texto que preparei, mas como isso não aconteceu ofereço aos meus leitores a leitura do documento, antes que ele fique caduco… Assim, o presente documento, acessível no link abaixo, traz uma análise relativa aos estudos de caso sobre os mecanismos e experiências de participação dos cidadãos nas políticas públicas de saúde nos quatro países da América Latina , resultando de uma iniciativa de cooperação técnica envolvendo a OPAS (Brasil e Washington), o Conselho Nacional de Saúde do Brasil, além de Representações da OPAS e consultores contratados nos quatro países referidos.  Continuar lendo “Participação social em saúde na América Latina – um estudo de quatro países”

Micro-participação social em saúde: apontamentos para discussão

Participação, palavra de muitos usos…

Fazer junto – filhos, por exemplo – is the best way. Mas nem sempre fazer coletivamente pode ser o melhor caminho… Platão, Shakespeare, Dylan, por exemplo, fizeram tudo sozinhos. Mas existem possibilidades variadas no fazer participativo, não sejamos ortodoxos.

Na participação em saúde, por exemplo. Continuar lendo “Micro-participação social em saúde: apontamentos para discussão”

O SUS: entre o sonhado, o real e o possível.

Primeiramente, torna-se preciso distinguir e qualificar a diferença entre o que foi sonhado generosamente, aliás, pelos formuladores da reforma sanitária dos anos 80; daquilo que foi concebido mediante associação dos mesmos com outros atores políticos na sequência, em ambiente marcado por alguns “pecados originais”; do ente efetivamente construído nas quase três duas décadas de existência do sistema, malgrado muitos (entre os quais me incluo): o … Continuar lendo O SUS: entre o sonhado, o real e o possível.

O SUS é fruto realmente dos “movimentos sociais”?

Jairnilson Paim é um cara bacana. Gosto muito dele. Foi membro de minha banca de doutorado, na Fiocruz e acredito que tenha sido o único que leu minha tese completamente. E ainda me ofereceu duas ou três paginas escritas de comentários pertinentes, deixando-me à vontade para incorporá-los, ou não, na versão final. E é claro que os incluí! Como este baiano afável e competente talvez … Continuar lendo O SUS é fruto realmente dos “movimentos sociais”?

Saúde e democracia

Amigo, li seu texto com o carinho de sempre e só posso dizer que ele prima pela correção. Entretanto, essa correlação entre “SUS e DEMOCRACIA” creio que deve ser ampliada e melhor compreendida… Sem me aprofundar muito (poderia fazê-lo junto com o nosso grupo, em próxima oportunidade) acho que tal correlação, posta de forma biunívoca, como fizeram (fizemos) os atores da reforma sanitária é pouco … Continuar lendo Saúde e democracia

Uma entrevista explosiva

BOMBA HEm 2006 dei uma entrevista para a Revista do CONASEMS, órgão que eu havia ajudado a fundar em 1988. O jornalista que me entrevistou considerou as minha declarações “explosivas”. Eu defendi, então, que os grandes inimigos do SUS estavam , na verdade, dentro do SUS. E acrescentei: “para os planos de saúde o SUS é ótimo. O SUS não é concorrente para eles, até pelo contrário, ele resolve o problema deles com as vacinas, o combate aos mosquitos, os transplantes, a UTI neonatal. Dentro do governo eu não acho que as várias equipes econômicas que se revezaram na Esplanada nos anos FHC e Lula, com práticas muito semelhantes, também não foram os verdadeiros inimigos do SUS. Para mim, os grandes inimigos do SUS sempre estiveram dentro dele, citando o corporativismo como tal. Acho que foi por isso que nunca mais me entrevistaram e nem me chamaram para eventos ou esporádicas consultorias dentro da entidade. Paciência.;; Continuar lendo “Uma entrevista explosiva”

Sob as luzes da ribalta

Você é contra ou favor a atuação do Ministério Público? Assim posta, a pergunta nem faz sentido. Até Eduardo Cunha diria que é plenamente a favor… Mas o que temos assistido no Brasil às vezes lança preocupações, não sobre o objeto de tal ação, mas sobre os modos como ela é realizada. A sensação que tenho às vezes – e me baseia nas palavras públicas … Continuar lendo Sob as luzes da ribalta

Será que a Saúde no DF tem jeito?

Pelo que diz a imprensa, estaria eminente mais uma troca de secretário na saúde do DF. A terceira (ou quarta?) no atual governo. A pergunta que não quer calar é: será que o buraco é este mesmo? Ou seja, em torno dos nomes que dirigem a pasta? Pode ser que o furo esteja em outro lugar, por exemplo, nos jogos de interesses internos e externos … Continuar lendo Será que a Saúde no DF tem jeito?